Autora Convidada: Lilian Carvalho
A internet nos trouxe um mundo novo, no qual podemos fazer compras, amigos e até encontrar um parceiro amoroso em qualquer lugar do planeta.
Em um artigo de 2022, o site americano The Atlantic prevê o fim das redes sociais.
A justificativa é que com a aquisição do Twitter por Elon Musk, por exemplo, concluída em Outubro de 2022, “muitos” usuários saíram da plataforma.
Apesar disso, ainda não há dados suficientes para saber se esse êxodo é real ou só sinalização de status.
E aqui é que o comportamento humano cruza com a estratégia de marketing digital para e-commerces.
As redes sociais são uma forma transparente e valorizada, na nossa cultura, de sinalizar a posição de um indivíduo na sociedade.
Com um clique, você tem acesso imediato à posição de uma pessoa ou empresa, o número de seguidores, se a marca está nos trending topics (os assuntos mais comentados), quantos comentam e compartilham o seu conteúdo.
Os seres humanos são naturalmente inclinados a buscar status. Cada sociedade, cada cultura, tem os seus símbolos de status. Em uma sociedade tradicional, pode ser a família com a maior cabana.
Numa sociedade eclesiástica, as cores das batinas indicam a hierarquia. De forma consistente, indivíduos com maior status têm maior acesso a recursos e todos gravitam em torno do “chefe” do grupo.
De forma análoga, as pessoas tendem a se afastar de indivíduos e marcas que possuem baixo status, com medo da “contaminação”.
Pense numa situação cotidiana: em uma rua cheia de restaurantes que você não conhece, o maior indicador de qual é um “bom” é a ocupação das mesas. Um restaurante vazio indica baixa popularidade.
Por isso as marcas devem buscar essa nova forma de status no meio digital. A Netflix foi a marca com mais interações no Brasil no ano de 2021, de acordo com relatório da Socialbakers.
Quanto mais interações, maior o número de pessoas com acesso ao seu conteúdo de forma orgânica, e, já há indicações de que esse maior volume de interações impacta no resultado de vendas das empresas.
Para os varejistas no meio digital, é importante não só buscar esses símbolos de status, como seguidores, compartilhamentos, likes e comentários, mas também auxiliar os vendedores dos e-commerces a conseguir boas avaliações e comentários dos compradores.
Essas avaliações podem determinar o sucesso ou o fracasso de um produto na sua loja virtual. Por exemplo, no AirBnB, a avaliação média de uma propriedade é de 4,7 estrelas (de um total de 5) e 95% dos anfitriões têm avaliações entre 4,5 e 5.
Ou seja, os usuários da plataforma construíram o seu próprio sistema de seleção das propriedades: uma avaliação menor que 4,5 significa praticamente nenhum hóspede.
Temos indicação de que o mesmo acontece na Amazon americana: 78% dos livros têm avaliações maiores que 4 estrelas.
Diante disso, você está monitorando o que pode ser feito para que o seu e-commerce e os produtos incluídos nele tenham as avaliações consideradas “de corte”?
Está criando boas práticas para os vendedores conseguirem alcançar e manter essas avaliações? Essa pode ser a diferença entre um vendedor lucrativo e um falido.
Reflita sobre essas questões pois, no fim, são os comportamentos, desejos e vontades do seu consumidor que vão determinar o quanto a sua empresa irá faturar. Esperamos que tenha gostado deste artigo. Até breve!