Tendências para o varejo que você não pode ignorar

Todos os varejistas, com certeza, querem saber o que acontecerá neste mercado nos próximos anos, concorda? Diante desta demanda, o objetivo deste artigo é apresentar tendências para o varejo que você não pode ignorar.

Esse texto ficou muito rico, pois ele foi construído com base nas vivências de 04 especialistas renomados.

São eles, o Felipe Dellacqua (Partner & VP Commerce na Adventures), o Sérgio Ferrari (Founder & CEO da Lemoney), a Patrícia Rodrigues (Fundadora da Mais que isso) e o Pedro Ivo (Sócio Diretor da Dito).

Na sequência da escrita nós vamos trazer as opiniões de ambos sobre o assunto principal, entretanto, se você preferir assistir a conversa ao invés de ler este conteúdo, basta dar o play no vídeo abaixo:

Qual é a TOP tendência do varejo para 2023?

O Felipe iniciou afirmando que, sem sombra de dúvidas, a resposta é o marketing de influência.

Na visão dele, se somarmos os fatos de que o CAC (custo de aquisição de clientes) das mídias pagas, por exemplo, está cada vez mais alto e que os cookies de navegação estão com os dias contados, é preciso apostar em estratégias diferentes para atrair novos clientes.

Nesse sentido, estabelecer parcerias com influencers e/ou celebridades é um excelente caminho, afinal, no Brasil, 51% dos consumidores disseram já ter comprado algo após receberem a indicação de um influenciador.

Outro dado que ratifica a viabilidade desta estratégia é que o brasileiro é aquele que passa mais tempo nas redes sociais (+ de 3h diárias), e, é justamente nestes canais que os influenciadores estão, logo, enxergamos aí uma porta aberta para a aproximação com outros públicos.

Na sequência, o Sérgio tomou a palavra para trazer a sua perspectiva.

Segundo ele, a top tendência para o varejo em 2023 são as estratégias de cashback devido à diversidade de oportunidades que elas trazem para fortalecer o relacionamento com os clientes, retê-los, estimular vendas e captar leads.

Inclusive, quando se pensa em captar leads através das estratégias de cashback, o Sérgio mencionou que, pela sua experiência, o CAC é bastante reduzido em comparação às mídias de performance.

E para fechar este tópico, a Patricia apontou que, em sua ótica, a top tendência para o varejo em 2023 é a personalização e o marketing orientado a dados.

Lembrando que “personalizar” não é apenas chamar o consumidor pelo nome, mas sim, enviar para ele a “oferta perfeita”, com base em dados que evidenciam as suas características e comportamentos mais marcantes e recorrentes. Diante disso, uma plataforma de CRM pode auxiliar muito.

“Nestes tempos em que todo mundo está produzindo conteúdo e onde todos estão “ao vivo”, personalizar e humanizar a comunicação é crucial. Em meio a tantos conteúdos, por que eu deveria parar para ouvir o seu?”

Esta “humanização do varejo” é um caminho sem volta?

Perante a provocação do parágrafo anterior, o Pedro Ivo perguntou se esta humanização do varejo realmente é um caminho inevitável.

O Felipe respondeu que sim, afinal, a única forma de dar uma boa experiência para o consumidor omnichannel é humanizando o relacionamento entre ele e a marca varejista. Sem falar que esta é a melhor maneira para aumentar o LTV (Lifetime Value) e, consequentemente, minimizar o CAC.

Então o consumidor omnichannel também é tendência? Quais os desafios para implementar o omnichannel?

Sim, o consumidor atual é omni, corroborou o Sérgio. Todavia, implementar o omnichannel, tal como empreender no Brasil, é um desafio enorme.

São tantos processos e rotinas para o varejista priorizar que, provavelmente, muitos só vão se preocupar com a omnicanalidade quando já for impossível fugir dela.

E isso não é positivo, pois, “o omnichannel não é tendência, pelo contrário, já está se tornando passado” e quem não “cair a ficha” para isso rápido, ficará para trás.

Por que parte do varejo brasileiro ainda não dá tanta atenção para o marketing orientado a dados?

Respondendo essa questão, a Patricia disse que são múltiplas as razões. A primeira delas é pelo simples fato do varejista estar sempre priorizando outras atividades mais urgentes.

Um exemplo claro são as adaptações obrigatórias que a pandemia “forçou” todo empresário a fazer para conseguir sobreviver.

Outro motivo é a cultura de não planejar, ou seja, viver diariamente “trocando o pneu com o carro andando”, o que, na maioria das vezes, gera desgaste e “dor”.

E por fim, entra nessa lista também a escassez de profissionais capacitados em extração e análise de dados, além da ausência de infraestrutura (sistemas) e de proatividade para treinar os times internos.

“Se eu tivesse uma empresa varejista de moda feminina, por exemplo, e ainda não existisse dentro dela nenhum esforço, no sentido de captar e tratar dados com inteligência, eu buscaria bons parceiros para me ajudar”.

Para ouvir a opinião do Sérgio sobre esse assunto, o Pedro Ivo citou que, segundo a Mckinsey, no Brasil, apenas 2% das empresas têm uma visão 360º do consumidor baseada em dados.

Sabendo destes novos tempos em que “os dados são o novo petróleo” foi questionado: qual a principal barreira que ainda impede o varejo de entender que dados são cruciais nos dias atuais?

O Sérgio confirmou a ótica da Patricia e agregou dizendo que o principal empecilho do varejista brasileiro é a desatualização.

“Nós estamos aqui falando de temas avançados, enquanto tem muita gente ainda fazendo controles em caderninhos ou planilhas”.

O mercado externo está avançando no uso da IA (Inteligência Artificial) e, por aqui, tem vendedor de loja física com medo de perder o cliente para o e-commerce.

O que deve ser feito para “quebrar” um pouco o foco da visão a curto prazo?

Esse é outro grande desafio no Brasil, disse o Felipe. Por aqui, o mercado é muito volátil. O dólar sobe e desce rapidamente. Trocam-se governos e ministros. A inflação e a SELIC variam constantemente, dentre outros exemplos.

E toda essa movimentação impacta diretamente o varejo, então, se torna praticamente impossível pensar a longo prazo.

Contudo, o empreendedor brasileiro é muito criativo e, com dados históricos confiáveis em mãos e uma análise inteligente de cenários, dá sim para construir o planejamento visando um prazo maior.

Um ponto relevante para criar esse planejamento a longo prazo é estar regularmente atento às transformações no comportamento do consumidor, porque isso molda o negócio para o futuro.

Para exemplificar é possível citar a ansiedade e o senso de imediatismo que as pessoas passaram a ter após o avanço da pandemia. Essa mudança de comportamento fez com que as empresas precisassem se adaptar para realizar entregas de pedidos em tempo recorde.

Vinculando isso à questão do planejamento, organizações como o Mercado Livre que já tinham o hábito de planejar a longo prazo, sem perder o cliente de vista, estão despontando e crescendo velozmente.

Considerações finais

Após o registro de tantos insights, desafios e oportunidades, os participantes deste bate-papo concluíram que, independente de qualquer coisa, é preciso “movimentar”, dar o primeiro passo e dialogar abertamente sobre o cenário atual.

Porque somente desta forma, mudanças significativas serão implementadas.

Como dica final foi sugerido também ficar “ligado” no mercado internacional e, quem sabe, exportar produtos. Considerando o valor das moedas estrangeiras (Dólar e Euro), este é um bom jeito para maximizar o faturamento.

E fechando, como dica aqui da Dito, nós te propomos baixar gratuitamente o nosso e-book sobre tendências para o varejo em 2023. Lá você vai encontrar um conteúdo complementar a este artigo. Esperamos que goste. Até breve!

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